quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sublime chá de coragem.


Encontro a noite em Ouro Preto.
A cidade anoitece em prece,
Sem pressa e em tons de cinza.
Sim, é véspera de quarta-feira de cinzas,
E nada me afeta até então.
O sorriso é bonito, sublime permeando o subliminar.
Poemas de pessoas,
Poesias em pessoa,
Versos de Pessoa.
Colhi as flores,
Cuidei delas,
A ao contrário do menino travesso,
Jamais pude esquecê-las.
Ao compasso da rede,
Senti um vento frio,
Desses que se esfregam nas pontas das serras,
Se assim não fosse,
Não seria Ouro Preto.
Enveredam então pelas ladeiras.
Ouro Preto,
Sempre te quis em noite assim,
Debruçado em uma janela,
Os cotovelos apóiam os horizontes,
A contemplar a noite que cai.
Em ti Ouro Preto,
De companhia tão franca,
E de sorriso sincero.
Caia em mim Ouro Preto.
Onde o lirismo dos artistas do barroco,
Perfuram e criam moradas no âmago de qualquer ser,
Penetram na aridez (pacífica),
De qualquer coração.
Reze por mim Ouro Preto,
Quando buscar entender os tapetes,
Após a quaresma.
Estenda-me tuas mãos,
Deixe o vento adentrar a janela,
Deixe que eu rememore,
Debruço-me na janela,
Quando quiseres.
Sempre o que quiseres de mim.
Saudades eu sinto.