segunda-feira, 2 de abril de 2012

De sorte, do amor e da morte.


Olhando o mundo depressa
assim, por cima e relance
eu vi o juntar dos seus lábios
escondendo os dentes por via
das dúvidas que eu lhe causara.
Pensava, talvez, quem eu era,
Pensava, talvez, de onde vim,
ruminando não sei o que era,
se nem mesmo em terra me visse,
e sem juízo, então, me encontrava.
E de encontro ao meu desengano,
vi seu olhar tão calado
queria de ti um sinal
e longínquo, talvez, um afago.
Um aceno, quem sabe – Obrigado!
Escutei e encolhidos os braços,
que tremiam sem se mover um pedaço,
esquivos de qualquer manifesto
tensos de nervo e cuidado.
Encontrei-me trôpego na cena
e então eu sai foi de lado,
sem saber o que havia ocorrido.
Minhas pernas tinham o peso das penas
que o vento havia planado.
Era a minha solidão que havia morrido
ou o amor que havia me matado?