terça-feira, 15 de maio de 2012

Clarear.


Você sabe a sensação,
de encher a cabeça de sonhos
E a sua boca inundar sem ter muito que dizer?
Essa coisa que é como uma sede insistente,
uma vontade que só existe,
mas que não é de saciar.
Em meio sonho,
dentro da vida,
um muito tudo que é a vontade de te encontrar.
Eu olho o mundo,
e Deus do céu
como é que pode
vê-la bonita em todo lugar?
Qualquer coisa dita
- que venha chuva!
aves aflitas,
sombras bonitas,
tenho a vontade de clarear.
Ter as dúvidas dessas respostas todas,
tendo certezas tão controversas
eu tenho tudo concatenado,
mas não há o que explicar.
Gasto os meus sonhos,
meus planos todos,
o tempo pouco,
sem nem saber o que virá.
Eu faço rimas
e as detesto,
como num gesto de renegar
o lirismo tolo,
em tom bonito,
que tem cadência,
mas foi banido,
que mesmo os bobos sabem usar.
E os bandidos
vem explicar,
o que é que faz,
quem foi que fez,
por onde entrou
tentou levar.
Nem mesmo isso
eu sou capaz,
não há história,
não sei que digo,
vou escrevendo
pra não dizer,
não sei o que,
poema rouco,
que vem da réstia
falar de amor,
não há que amar,
não quer autor
quer clarear.