terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Nádega.


A nádega não fala e não age, 

é polêmica em si. 
A nádega não se manifesta
nada declara 
e é figura ilustre
abaixo do quadril.
A nádega se esconde do mundo
mas é saliente nas curvas de todo o mundo, 
e lhe digo então que esconder
não adianta de nada. 
Ela não é sujeito e nem objeto, 
a nádega é pra si, 
por si só, 
a nádega. 
Sem pretensão tornou-se destaque, 
sabe-se lá quando foi
quem foi que mediu
ou que marca é essa 
e quem a criou.
A nádega marca, 
a marca da água na nádega, 
a marca do nada na nádega,
a marca que negam à nádega,
a marca que deram à nádega, 
de quem se promove pela nádega, 
de quem olha, 
de quem se aproveita da nádega. 
Do nada, 
asseguro-lhe,
ela te chama atenção, 
calada
sem gesto.
Talvez, por ser escondida
por viver vestida, 
alguém deveria vir aqui defender
o lado da nádega, 
a de direita ou a de esquerda,
a nádega merece respeito,
porque no campo do olhar
do nada, a sua vista
ela sempre estará a frente de nós,
seguindo seu caminho, 
indo embora pra casa
a nádega, 
sem desaforos
sem mágoas.     

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Rimas comigo.

Não há nada de anormal, 

enquanto eu me engano
você segue me prevendo
e a observar. 
Quando é que isso vai, 
onde é que isso vai dar.
De manhã você se debruça
e me envolve em qualquer distração
que me faz até acreditar, 
mas não há,
não há nada no mundo
que me faça rimar agora.
Sob aquela vista,
que não é igual dessa janela,
descanso os meus sonhos no horizonte
até cansar, pesar os olhos e desistir.
É melhor agora lacrá-los e escondê-los de mim, 
antes que minha vontade dobre a esquina,  
e num ato pensado, 
você pense que eu seja só 
a minha vontade própria.
Isso é muito morno,
de se achar,
Isso é muito morno
de ser,
e não, não há, 
não há porque, razão,  
você querer me rimar agora.