Aguardo noticias suas,
Tento aniquilar o tédio ansioso com goles de café.
A moça ao lado pede um suco,
A balconista por obrigação acena com a cabeça.
O barulho do espremedor varia,
E marca o momento da espera.
Gosto de prever as variações de tal barulho,
De acordo com a pressão das mãos,
A laranja cortada ao meio fica oca.
Volto os olhos para a minha vida.
Lembro-me de afazeres protelados,
E das pressões da cidade.
Eu corro muito,
Dentro do que acho que me cabe.
Sempre parece pouco,
Quase nunca é possivel saciar tal pressa.
As moedas do café!!!
Ainda havia um troco modesto e necessário,
Quando pronto para os afazeres,
O troco esquecido me vem a mente,
Penso tanto em tanta coisa,
Modelado por pressões,
Minha vida é cortada ao meio,
E minha cabeça fica oca.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Metade
Postado por Thales Mendonça às 09:34 3 comentários
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
"Cara,ser poeta é importante"
Esses dias eu estava folheando uns livros numa livraria,dai peguei um livro de poemas desses bem conhecidos,e vi que mais três pessoas estavam lendo o mesmo livro.Pensei então "Cara,ser poeta é importante".Como diria Paulo Leminsk "...o poeta não é um ser de luxo,ele não é uma excrecência ornamental da sociedade,ele é uma necessidade orgânica da nossa sociedade.A sociedade precisa daquilo,daquela loucura pra respirar,é através da loucura dos poetas,através da ruptura que eles representam que a sociedade respira..."
Então resolvi fazer uns rabiscos ai sobre o meu pensamento momentâneo tão profundo...hahahaha...que inclusive agora,pensando bem vai ser o titulo do meu "poema"...hahahahaha.Então ai vai "Cara,ser poeta é importante".
"Cara,ser poeta é importante"
Thales Mendonça
Poeta bom é o poeta que fala da vida alheia.
Não é fulano tagarela e de fofocas,
Mas para a necessidade de tornar unissono,
Para vidas singulares,palavras universais.
O poeta bom manipula palavras,
Desenha um sentido sem rosto nas letras,
Esperando um rosto ser posto,
Pronto para a pose unica da poesia fotográfica
Poesia é a roupa desejada,
O poeta produz a peça,
Com o seu tamanho,
E para ser do tamanho da angústia que lê.
Bem ao fundo da poesia fotográfica,
Adormece mansa e tímida a vida inquieta,
A vida torta do poeta que agoniza.
Que protagoniza a cena de um peixe fora d'gua.
Da angústia comum que preconizam ambas,
A angústia de viver e se afogar com a essência da vida.
Postado por Thales Mendonça às 11:25 4 comentários