A nádega não fala e não age,
é polêmica em si.
A nádega não se manifesta
nada declara
e é figura ilustre
abaixo do quadril.
A nádega se esconde do mundo
A nádega se esconde do mundo
mas é saliente nas curvas de todo o mundo,
e lhe digo então que esconder
não adianta de nada.
Ela não é sujeito e nem objeto,
a nádega é pra si,
por si só,
a nádega.
Sem pretensão tornou-se destaque,
sabe-se lá quando foi
quem foi que mediu
ou que marca é essa
e quem a criou.
A nádega marca,
a marca da água na nádega,
a marca do nada na nádega,
a marca que negam à nádega,
a marca que deram à nádega,
de quem se promove pela nádega,
de quem olha,
de quem se aproveita da nádega.
Do nada,
asseguro-lhe,
ela te chama atenção,
calada
sem gesto.
Talvez, por ser escondida
por viver vestida,
alguém deveria vir aqui defender
o lado da nádega,
a de direita ou a de esquerda,
a nádega merece respeito,
porque no campo do olhar
do nada, a sua vista
ela sempre estará a frente de nós,
seguindo seu caminho,
indo embora pra casa
a nádega,
sem desaforos
sem mágoas.