segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Verdade.


A verdade te chama, 

tem o aceno sem ter vontade.
A verdade tem fruteira cheia em cima da mesa, 
tem seios bonitos, 
sorriso nos lábios.
A verdade é insolvente, 
intransigente, indisponível.
Os braços, são engessados, 
e neles tem tatuagem pra lembrar do passado,
e a ideia ousada da eternidade de pensar em futuro.
A verdade tem ouro, 
tem prata e não oxida.
A verdade é também um pântano, 
é lama, e prende.
A verdade receita o óculos errado, 
cega o visionário,
e caem em cadeia como os erros de dirigente.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Nó.


Nó, meia palavra
que une.
Nós, palavra inteira
que ame.
De um nó de pernas
desfaz o só,
que a vontade vença
a palavra presa
a garganta em nó.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Brasil Debutante.


A debutante.


A debutante vivencia, nesta fase, a síndrome do crescimento. Deseja, acima de tudo, o reconhecimento de seu crescimento perante a sociedade. Ainda que o status quo lhe permita ser considerada grande o bastante para ingressar em uma nova fase de sua história, desconhece claramente o valor das coisas ao seu redor. Seus pais trabalham incessantemente pelo sustento, vencendo mensalmente as contas, apertando os gastos ali, tapando os altos juros e impostos que insistem em jorrar acolá, contribuindo pesado para dar a debutante saúde, educação e segurança. A debutante, agora, com os feitios que o crescimento implica, possui também caprichos, caprichos estes advindos da “síndrome de crescimento” e que os pais haverão de arcar.
            A debutante sonha com um grande baile, deseja-o loucamente mais que tudo o que ela julga conhecer, porque o baile será capaz de afirmá-la perante a sociedade, sinalizando que ela cresceu. Mal sabe (ou ignora), a debutante, sobre o quanto seus pais se desdobram pelo dinheiro que, num piscar de olhos, descerá pelo ralo guloso do grande baile o qual a própria debutante aproveitará muito pouco. Seus pais ficarão com as contas e com o sorriso amarelo dos convidados que estarão a espreita de todos os defeitos do baile, e ainda com o aperto de mão debochado de todos os penetras.
             
A debutante – leia-se o Brasil
Sociedade – leia-se o Mundo
Os pais – leia-se os Brasileiros
Grande Baile – leia-se Copa do mundo.
Penetras – leia-se Grandes empreiteiros que financiam as orgias políticas com o dinheiro publico.

Nada contra debutantes e nada contra a Copa do Mundo, mas é preciso avisar que pensar ainda não configura crime.

O Brasil


O Brasil vivencia, nesta fase, a síndrome do crescimento. Deseja, acima de tudo, o reconhecimento de seu crescimento perante o mundo. Ainda que o status quo lhe permita ser considerado grande o bastante para ingressar em uma nova fase de sua história, desconhece claramente o valor das coisas ao seu redor. Os brasileiros trabalham incessantemente pelo sustento, vencendo mensalmente as contas, apertando os gastos ali, tapando os altos juros e impostos que insistem em jorrar acolá, contribuindo pesado para dar ao Brasil saúde, educação e segurança. O Brasil, agora, com os feitios que o crescimento implica, possui também caprichos, caprichos estes advindos da “síndrome de crescimento” e que os brasileiros haverão de arcar.
            O Brasil sonha com a Copa do Mundo, a deseja desesperadamente mais que tudo o que ele julga conhecer, porque a Copa do Mundo será capaz de afirmá-lo perante o Mundo, sinalizando que ele cresceu. Mal sabe (ou ignora), o Brasil, sobre o quanto os brasileiros se desdobram pelo dinheiro que, num piscar de olhos, descerá pelo ralo guloso da Copa do Mundo o qual o Próprio Brasil aproveitará muito pouco. Os brasileiros ficarão com as contas e com o sorriso amarelo dos convidados que estarão a espreita de todos os defeitos da Copa, e ainda com o aperto de mão debochado de todos os grandes empreiteiros que financiam as orgias políticas com o dinheiro público.

Observar.

O mato que a água criou

o fogo em dança lambeu,
o que não é um fim, 
pois, que do solo escuro, 
depois dessas águas, 
verde novo vai vir.
O Barranco que fugia com o vento
a raiz abraçou. 
As curvas onde descia o rio, 
em um novo desenho, 
malicia demonstra.
Da mina que brota essa água, 
humildade se lê.
O verde que de mim não faz parte, 
em tom natural um dia me camuflará. 
A semente que com a carícia da água, 
o solo há de vencer.
A seiva, tão bruta, 
se resolve em flor que abre.
No verão, todos verão,
traços de outono, inverno e primavera, 
escondidos na tarefa de complementar.
O império de árvore primeira,
que deixa o solo impotente,
para a granada de vida,
de semente que deseja vingar.
A magia que vem junto com o vento, 
este ato, este gesto, 
divino e modesto de polinizar.
As folhas que suicidas ao vento
se servem ao solo
no cálculo exato de reutilizar.
Cores que brotam das rochas,
da seriedade da pedra,
sem qualquer tonalidade pra misturar.
O canto no canto das matas, 
Allegro ma non troppo,
das aves que extraem do nada,
o saber e a vontade de cantar.
É preciso calar, 
é preciso não se mover,
para colher o fruto da compreensão:
Observar e absorver.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Reciclo.

As folhas que suicidas ao vento 
se servem ao solo,
num cálculo exato de reutilizar.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Tempero



Estou garimpando palavras pra te dizer o que sinto,
mas creio ser a mescla da perda
com uma pitada do sentimento de nunca ter tido.

Onde já se view tanto touch?

Óculos escuros
em pleno elevador.
- Não há um céu!
Mas você há que relevar!
- cadê o sol?
A vida é simples
e de tão moderna insensatez!
Um auditório em ascensão
vou te dizer,
como é que anda,
What’s up? MSN, SMS
a inversão, 
contradição!
Atrás das telas
revolucionam,
e emocionam,
com aparência de bem feitor.
É tanta tecnologia, 
de tando view 
e tanto touch, 
que a gente se afasta, 
não se vê, 
e nem se toca.
O mundo que encerra
o pensamento
e a vida própria,
caduca em alçar vôos
se perdendo em trilhas tortas.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Dúvidas?


Prefiro às duvidas as frágeis certezas,
quando caminho calado e sem blusa ao relento,
meu corpo cansado deriva no tempo
só restando uma dúvida até o momento:
Se eu sou para-brisa ou um cata-vento.
Minto pra vida sobre o que me apraz,
por ora, sinto vergonha do que a mente produz,
quando “ser ou não ser “já é “tanto faz”.
Procuro no outro o sentido da vida,
e o encontro da verdade,
acordado em opostos,
é que nem tudo que é ouro reluz.
Busco palavras para tirar uma dor,
enrugo a testa e enxergo melhor,
seus olhos castanhos indefesos no sol.
procuro rimas e me sobra o amor,
sua boca se cala diante do gesto,
não é nada demais ou qualquer manifesto,
era só o momento de se omitir,
daquilo que a cabeça ousava dizer.
Como se o que fosse dito
sem qualquer maldade,
pudesse desintegrar 
o tal sentimento de felicidade,
de forma sutil e com extrema facilidade.
É como acender um incenso para perfumar,
a casa, o tempo e a vista lunar,
e em presença de gás ver tudo explodir,
a vida, a sorte e o seu existir.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Clarear.


Você sabe a sensação,
de encher a cabeça de sonhos
E a sua boca inundar sem ter muito que dizer?
Essa coisa que é como uma sede insistente,
uma vontade que só existe,
mas que não é de saciar.
Em meio sonho,
dentro da vida,
um muito tudo que é a vontade de te encontrar.
Eu olho o mundo,
e Deus do céu
como é que pode
vê-la bonita em todo lugar?
Qualquer coisa dita
- que venha chuva!
aves aflitas,
sombras bonitas,
tenho a vontade de clarear.
Ter as dúvidas dessas respostas todas,
tendo certezas tão controversas
eu tenho tudo concatenado,
mas não há o que explicar.
Gasto os meus sonhos,
meus planos todos,
o tempo pouco,
sem nem saber o que virá.
Eu faço rimas
e as detesto,
como num gesto de renegar
o lirismo tolo,
em tom bonito,
que tem cadência,
mas foi banido,
que mesmo os bobos sabem usar.
E os bandidos
vem explicar,
o que é que faz,
quem foi que fez,
por onde entrou
tentou levar.
Nem mesmo isso
eu sou capaz,
não há história,
não sei que digo,
vou escrevendo
pra não dizer,
não sei o que,
poema rouco,
que vem da réstia
falar de amor,
não há que amar,
não quer autor
quer clarear.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

De sorte, do amor e da morte.


Olhando o mundo depressa
assim, por cima e relance
eu vi o juntar dos seus lábios
escondendo os dentes por via
das dúvidas que eu lhe causara.
Pensava, talvez, quem eu era,
Pensava, talvez, de onde vim,
ruminando não sei o que era,
se nem mesmo em terra me visse,
e sem juízo, então, me encontrava.
E de encontro ao meu desengano,
vi seu olhar tão calado
queria de ti um sinal
e longínquo, talvez, um afago.
Um aceno, quem sabe – Obrigado!
Escutei e encolhidos os braços,
que tremiam sem se mover um pedaço,
esquivos de qualquer manifesto
tensos de nervo e cuidado.
Encontrei-me trôpego na cena
e então eu sai foi de lado,
sem saber o que havia ocorrido.
Minhas pernas tinham o peso das penas
que o vento havia planado.
Era a minha solidão que havia morrido
ou o amor que havia me matado?

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Circulando.

A eternidade do carnaval passou,
Colombinas, pierrôs e incendiários estão sentados na sarjeta.
O velho retrato das serpentinas desenroladas que agora derivam no vento,
E os confetes que antes faziam parte de uma chuva de esplendor,
Agora compõe esta alegoria solitária do fim de todo carnaval.
Um tamborim ainda soa afastando-se do que restou do bloco,
O som vai minguando e dobra a esquina.
Brasil está repleto, acordado e completo.
O ano começou quando acabou o carnaval.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Îles Malouines.

Îles Malouines.

Os motores pararam,
já o coração,acelera.
Será menos um a combater,
um cessar fogo no círculo do fogo.
Perdemos altura e o sangue escorre,
enquanto a bala perfura as víceras de "argentum".
Malvinas se cala!
os verdadeiros homens do caos se escondem,
em trincheiras tão profundas
não cravadas na terra,
politicamente patriotas e tão covardes,
inflando seus egos e alardes,
enquanto "meros" soldados do fronte,
de frente com a morte,
são peças do acaso,
resultantes de circunstâncias,
são vidas ou números?
O própio descaso!
Seria Velasko ou seria Wilkinson?
Quem são,você sabe!
Agora que estão expostos,
quando a terra não cobriu
o rosto de um cadáver,
e tantos outros putrefaram
por ideia tão de outros,
e aqueles soberanos
que beijaram uma vez a  terra,
veem a vida como tolos
como se eles próprios
não morassem nela.

Para Neil Wilkinson e Mariano Velasko, " peças de circunstâncias".

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Valor

Se um dia decidirem que a vida assim valia,
vão desconstruir todo esse mundo destruido.
Rejeitar de vez todas misérias,
de endireitar da Paraíba ao Reino Unido.
A vida do povo que se morde de fome,
E daqueles homens que não estão no retrato.
Na política ninguém acredita,
nem mesmo os tolos que só ouvem os fatos,
e se fartam da miséria de muitos.
Tem os replicam sem mera pergunta,
o que as telas insistem em dizer.
Por onde andam os valores da vida?
Para os que acreditam,
Só Deus é que há de saber.
Eu penso que se Deus tiver uma boca,
ele deveria se mover e prover,
A distribuição do "pão que é vida",
e mesmo multiplicar mais o peixe,
Porque tem muita mãe por ai,
que já não aguenta enterrar os seus filhos,
que a fome levou logo cedo,
e que a terra há de comer.
E não deixe que as telas se tornem,
só um meio de dominação,
porque eu até acho que
esse mundo tem jeito,
eu só não sei se ele tem coração.